10 estratégias de manipulação - um artigo de Sylvain Timsit baseado no trabalho de Noam Chomsky numa tradução livre e adaptação de Francisco Godinho, em 13-02-2019 (créditos e gratidão ao autor)
A manipulação em massa é pensada e corresponde a estratégias de pequenos grupos
da “elite” mundial.
Noam Chomsky é um linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e
activista político norte-americano, reverenciado no âmbito académico como “o pai
da linguística moderna“, sendo também uma das figuras de maior renome no campo
da filosofia analítica.
Noam Chomsky é também conhecido pelas suas ideias políticas de esquerda (ele
descreve-se como um socialista libertário) e pela sua crítica da política
externa dos Estados Unidos. No auge da sua audácia, chegou a acusar os USA de
serem os responsáveis pelo atentado do 11 de Setembro.
“Um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o
governo possa controlá-las pela força usando cassetetes. Mas quando não é
possível controlar as pessoas pela força, tem que se controlar o que as pessoas
pensam, e a maneira típica de o fazer é através da propaganda (fabrico do
consentimento, criação das ilusões necessárias), em geral, marginalizando o
público ou reduzindo-o a alguma forma de apatia.” (Noam Chomsky, 1993)
Inspirado nas ideias de Noam Chomsky, o francês Sylvain Timsit elaborou a lista
das “10 estratégias mais comuns de manipulação da massa através dos meios de
comunicação de massa“.
Neste artigo, Sylvain Timsit lista estratégias utilizadas diariamente há dezenas
de anos para manobrar as massas, criar um senso comum e conseguir fazer a
população agir conforme os interesses de uma pequena elite mundial.
Qualquer semelhança com a situação actual dos USA, do Brasil ou da Europa não é
mera coincidência, pois os grandes meios de comunicação sempre estiveram
alinhados com essas elites.
Esses grupos praticam incansavelmente várias dessas estratégias para manipular
diariamente as massas, até chegar a um momento que cada pessoa crê realmente que
o pensamento é seu.
Facto: Intencional ou não, o povo vive um analfabetismo político, aquele tão bem
descrito pelo dramaturgo, poeta e encenador alemão, Bertolt Brecht “O pior
analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do pão, do
peixe, da farinha, do aluguer da casa, dos sapatos e dos remédios dependem das
decisões políticas”.
Nas últimas semanas, o assunto tem sido uma qualquer insignificância passível de
provocar discussões acaloradas e tomadas de posição radicais e extremadas, ou
seja, “para o povo, pão e circo”, frase célebre do Imperador romano Júlio César.
Vamos à leitura deste artigo tão interessante, pois revela os métodos desta
gentalha para colocar em nós um selo de ignorância.
1 – A ESTRATÉGICA DA DISTRACÇÃO
O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distracção, que
consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das
mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do
dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes.
A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir o público de
se interessar pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia,
da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais,
cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado,
ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros
animais”.
2 – CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado “problema-reacção-solução”. Cria-se um problema,
uma “situação” prevista para causar uma certa reacção no público, a fim de que
este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar.
Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou
organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis
de segurança e políticas em prejuízo da liberdade.
Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o
retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3 – A ESTRATÉGIA DA DEGRADAÇÃO
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, é suficiente aplicar
progressivamente, em “degradado”, sobre uma duração de 10 anos. É dessa maneira
que condições socioeconómicas radicalmente novas têm sido impostas durante os
anos de 1980 a 1990, 1990 a 2000, 2000 a 2010, 2010 a 2020.
Desemprego em massa, precariedade, flexibilidade, reassentamentos, salários que
já não asseguram vidas decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma
revolução se tivessem sido aplicadas de forma brusca.
4 – A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
Uma outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la
como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública no momento para
uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um
sacrifício imediato.
Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o
público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá
melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.
Enfim, isto dá mais tempo ao público para se acostumar com a ideia de mudança e
de a aceitar com resignação quando chegue o momento.
Um exemplo relativamente recente: a passagem para o Euro e a perca da soberania
monetária e económica tem sido aceites pelos países Europeus em 1994-1995 para
uma aplicação em 2001.
Outro exemplo: os acordos multilaterais da ALCA (o FTAA) que os Estados Unidos
têm imposto desde 2001 aos países de todo o continente americano (América
Central e do Sul) apesar das suas reticências, concedendo uma aplicação e
vigência diferida para 2005.
5 – DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE TENRA IDADE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza um discurso,
argumentos, personagens e uma entoação particularmente infantil, muitas vezes
próximos da debilidade mental, como se o espectador fosse um menino de baixa
idade ou um deficiente mental.
Quanto mais se intente procurar enganar o espectador, mais se tende a adoptar um
tom infantilizante. Porquê? Se se dirige a uma pessoa como se tivesse a idade de
12 anos então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa
probabilidade, uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido critico
como a de uma pessoa de 12 anos de idade.
6 – UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um
curto-circuito na análise racional, e pôr fim ao sentido critico dos indivíduos.
Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso
ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores,
compulsões, ou induzir comportamentos.
7 – MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer como que se o público fosse incapaz de compreender as tecnologias e os
métodos utilizados para o seu controlo e a sua escravidão.
A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre
e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as
classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível
para o alcance das classes inferiores.
8 – PROMOVER NO PÚBLICO SER COMPLACENTE COM A MEDIOCRIDADE
Promover no público o achar-se o maior pelo facto de ser estúpido, vulgar e
inculto. Introduzir a ideia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato
e mal-humorado, que lhe falta humor para sorrir das mazelas da vida.
Assim as pessoas vivem superficialmente, sem aprofundarem nada e tendo sempre
uma piadinha para se safarem do aprofundamento necessário a questões maiores.
A ideia base é tornar qualquer aprofundamento como sendo desnecessário, pois
qualquer aprofundamento sério e lúcido sobre um assunto poderá derrubar sistemas
criados para enganar a multidão.
9 – REFORÇAR A REVOLTA PELA CULPABILIDADE
Fazer o individuo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria
desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades,
ou dos seus esforços.
Assim, ao invés de se rebelar contra o sistema económico, o individuo
auto-desvalida-se e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos
seus efeitos é a inibição da sua acção. E sem acção, não há revolução!
10 – CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado
uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e
utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem
desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como
psicologicamente.
O sistema tem conseguido conhecer melhor o individuo comum do que ele mesmo se
conhece a si mesmo. Isto significa que na maioria dos casos, o sistema exerce um
controlo maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si
mesmos.
Muito melhor é arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo
expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam
muito, nem sofrem muito. Vivem nessa penumbra cinzenta, em que nem conhecem a
vitória nem a derrota, dormentes que estão.
Agora, deixo duas sugestões de leitura para complementar este tema: “A revolução
dos bichos”, de George Orwell, e o artigo "Os 9 Véus Colocados em Cada Alma Humana".
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