(Adaptado de um texto colhido na Internet com autoria desconhecida.)
Hoje trago-vos uma ladainha popular antiquíssima, que há
centos de anos tem vindo a ser passada de geração em geração, por tradição oral.
Uma amiga pediu-me para a procurar e, como a achei interessante tendo em conta a
nossa herança judaico-cristã, entendi por bem partilhá-la convosco:
Era uma vez um homem muito trabalhador e honrado, mas infeliz em todos os negócios em
que se metia. Tinha ele devoção pelo seu Anjo da Guarda, rezando todos os dias em sua
intenção.
Cada vez mais pobre, o homem perdeu a paciência, e um dia gritou, desesperado
com a sua triste sina:
— Acuda-me o diabo, que o Anjo da Guarda não me quer ajudar!
Apareceu um sujeito alto, todo vestido de preto, barbudo e feio, com uma voz
roufenha e desagradável:
— Aqui estou! Aqui estou! Que é que queres de mim?
— Quero ficar rico.
O diabo indicou uma gruta onde havia um tesouro enterrado, e disse:
— Daqui a vinte anos voltarei a buscar-te. Se não disseres as doze palavras
ditas e retornadas, serás meu para toda a eternidade.
O homem começou a viver folgadamente, em festas e alegrias, cercado de amigos e
de mulheres.
O tempo foi passando, e uma noite ele lembrou-se de que estava condenado às
penas do inferno. Só se soubesse as doze palavras ditas e retornadas…
— Isso deve ser fácil — disse ele para consigo. — Toda a gente deve saber.
No dia seguinte perguntou aos amigos, aos vizinhos e a todos os moradores da
cidade, e não havia quem soubesse o que vinha a ser o que ele lhes perguntava.
O homem afligiu-se muito. Cada vez mais o tempo passava, e ninguém sabia o
segredo das doze palavras ditas e retornadas. Largou ele a vida má que levava,
fez penitência e saiu pelo mundo, perguntando. Todos diziam:
— Não sei, nunca ouvi falar…
Ao homem só faltava morrer, com o pavor da ideia de ter de encontrar-se com o
diabo e ser carregado para o fogo eterno.
Já correra muito tempo desde que deixara o folguedo dos ricos, vestindo com
modéstia e dando esmolas.
Uma tarde, ia por um bosque na hora da "Ave-Maria". Ajoelhou-se para rezar, e ao
terminar viu um velho que se aproximava dele.
Cumprimentou-o, e foram andando juntos para a vila. Perguntou ao velho como se
chamava.
— Chamo-me Custódio — respondeu.
E falou-lhe nas doze palavras ditas e retornadas. E o velho Custódio disse:
— Eu sei as doze palavras ditas e retornadas.
O homem ficou tão satisfeito que abraçou o velho, dando graças a Deus e dizendo
que aquilo era um milagre do Anjo da Guarda, sua devoção antiga.
— Como são as doze palavras ditas e retornadas? Qual é a primeira, amigo
Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! A primeira palavra dita e retornada é a Santa Casa
de Belém, onde nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, para nos redimir e salvar.
— E as duas palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As duas palavras ditas e retornadas são as duas
tábuas de Moisés, em que Nosso Senhor pôs os seus divinos pés, e a primeira é a
Santa Casa de Belém.
— E as três palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo não! As três palavras ditas e retornadas são as três
pessoas da Santíssima Trindade, as duas são as duas tábuas de Moisés, e a
primeira é a Santa Casa de Belém.
— E as quatro palavras ditas e retornadas, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As quatro palavras ditas e retornadas são os quatro
evangelistas, as três são as pessoas da Santíssima Trindade, as duas são as
tábuas de Moisés, e a primeira é a Santa Casa de Belém.
— E as cinco palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As cinco palavras ditas e retornadas são as cinco
chagas de Nosso Senhor.
— E as seis palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As seis palavras ditas e retornadas são as seis
velas bentas que estão no altar-mor de Jerusalém.
— E as sete palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As sete palavras ditas e retornadas são os Sete
Sacramentos.
— E as oito palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As oito palavras ditas e retornadas são as oito
bem-aventuranças pregadas por Nosso Senhor Jesus Cristo.
— E as nove palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As nove palavras são os nove meses que a Virgem Mãe
trouxe Nosso Senhor.
— E as dez, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As dez palavras ditas e retornadas são os
Mandamentos da Lei de Deus.
— E as onze palavras, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As onze palavras são as onze mil virgens.
— E as doze, amigo Custódio?
— Custódio, sim; amigo, não! As doze palavras ditas e retornadas são os doze
apóstolos, as onze, são as onze mil virgens, as dez, os Mandamentos, as nove, os
meses de Nossa Senhora, as oito as bem-aventuranças, as sete, os Sacramentos, as
seis, as velas bentas, as cinco, as chagas, as quatro, os evangelistas, as três,
a Santíssima Trindade, as duas as tábuas de Moisés, a primeira a Santa Casa de
Belém, onde nasceu quem nos salvou. Amém! Estas são as doze palavras ditas e
retornadas.
— De joelhos te agradeço, amigo Custódio, essa esmola, que me há-de salvar do demónio!
— Custódio, sim, e teu amigo. Sou o Anjo da Guarda que vem perdoar-te pelo
arrependimento e pela penitência.
E sumiu-se. O homem, quando chegou o prazo para prestar contas ao diabo, disse
as doze palavras ditas e retornadas, e o maldito rebentou como uma bola de fogo,
espalhando cheiro de enxofre.
O homem viveu santamente os seus dias, e acabou na paz de Deus, salvando-se
graças ao seu Anjo da Guarda.
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