Os investigadores Gordon Flett e Paul Hewitt, que durante mais de três décadas
fizeram da sua missão examinar os mecanismos internos do perfeccionismo e
descobrir por que é que ele tende a aparecer com tanta frequência nos seus
consultórios e em salas de aula. De acordo com os seus estudos e unidos nesta
causa comum, o seu trabalho é muito mais do que uma profissão, é intensamente
pessoal, como se o estudo do perfeccionismo se tivesse tornado mais um filho
para criar, ambos parecendo saber que a sua missão obstinada e sagrada é algo
diferente para os padrões académicos modernos.
Segundo eles, “se não for controlado, o perfeccionismo causa uma espiral
descendente que é extremamente difícil de reverter, mas poucas pessoas vêem o
perfeccionismo como uma característica prejudicial, pelo menos não o
perfeccionismo em si. Elas ainda não o vêem dessa forma, mas deveriam.”
O pensamento dominante é que o perfeccionismo pode ser problemático, da mesma
forma que o capricho excessivo o é, mas estaria longe de merecer uma
investigação séria e sistemática. Sabemos que isso é verdade porque o “Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais” (a bíblia da psiquiatria), não
considera o perfeccionismo como um traço de carácter muito preocupante, e nas
raras ocasiões em que é mencionado nos critérios diagnósticos, tende a ser um
dos muitos sintomas associados ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Para Gord e Paul, a visão predominante do perfeccionismo é muito limitada, pois
sabemos que ele tem muitas faces, algumas das quais são relevantes para o TOC,
mas outras não, e sabemos que o perfeccionismo está em todo o tipo de
transtornos psíquicos, não apenas os compulsivos, além de que o perfeccionismo é
muito mais predominante do que as pessoas imaginam. Não é tanto uma dicotomia ou
uma classificação, mas um espectro, pois, quando falamos sobre perfeccionismo,
não estamos a dizer se alguém o é ou não, estamos sim a falar sobre todas as
pessoas e o grau maior ou menor em que elas são perfeccionistas.
As pesquisas por eles efectuadas mostram uma amplitude e uma profundidade
enormes no perfeccionismo, e, pelas observações conclui-se que para o entender
completamente, precisaremos considerá-las, daí a necessidade de expandir e
distinguir entre tipos diferentes de perfeccionismo e medi-los e testá-los.
Foram estas as premissas a base do trabalho inovador de Paul e Gord.
O perfeccionismo não é apenas um pensamento, sentimento ou comportamento, como
metas ou padrões elevados. É muito mais do que isso. É uma relação problemática
connosco mesmos, em que exigimos demais ou somos excessivamente críticos, e
também é uma relação problemática com outras pessoas, na qual acreditamos que
aqueles ao nosso redor exigem perfeição e em que também exigimos perfeição dos
outros.
De acordo com o “Modelo Multidimensional de Perfeccionismo” de Paul Hewitt e
Gordon Flett, o perfeccionismo é caracterizado pelo pensamento de deficitário
"não sou perfeito que chegue e portanto devo ocultar as minhas imperfeições de
todos os que me rodeiam". Pelas suas características específicas, são
considerados três tipos (facetas) como o perfeccionismo se apresenta:
Perfeccionismo orientado para si voltado para o próprio, com padrões
pessoais excessivamente elevados e uma auto-avaliação crítica devido a
desempenhos ou aparências imperfeitas.
Perfeccionismo socialmente prescrito projectado de fora para dentro, com
uma percepção de que o ambiente exige perfeição, sendo os outros vistos como
críticos e relutantes a aceitar a imperfeição.
Perfeccionismo orientado para os outros voltado para os que o rodeiam,
com padrões irrealistas, avaliando-os de forma rigorosa pelas suas imperfeições.
O PERFECCIONISMO ORIENTADO PARA SI vem de dentro e envolve uma forma de existir
no mundo que me diz que devo ser perfeito e nada mais que perfeito, e talvez
seja a primeira coisa em que pensamos se evocamos a imagem do perfeccionismo na
nossa mente. Essa existência conflituosa faz os perfeccionistas orientados para
si alternarem entre aperfeiçoarem-se e repreenderem-se, e tenderem a
comportamentos de auto-sabotagem, como pensarem demais e procrastinar.
No entanto, os perfeccionistas orientados para si costumam fazer coisas que os
outros considerariam excepcionais. Apenas não o conseguimos saber já que eles
tendem a diminuir as evidências do sucesso e a menosprezarem-se de forma cruel
ao primeiro sinal de dificuldade, os seus ajustes compulsivos, as suas
repetições e o seu auto-aperfeiçoamento generalizado são a prova de que eles
levam as próprias insuficiências imaginadas muito a sério, e insistem que são
completamente reais.
O PERFECCIONISMO SOCIALMENTE PRESCRITO vem do ambiente, envolve a convicção de
que os outros esperam que eu seja perfeito, não é apenas ter padrões pessoais
excessivos, pois também tem uma origem social particularmente perniciosa. Paul e
Gord chamam-lhe perfeccionismo socialmente prescrito, que envolve uma convicção
generalizada de que todos, constantemente, esperam que sejamos perfeitos, e,
quando ficamos aquém desse critério impossível, a convicção é de que os outros
são mordazes no seu julgamento, e as pessoas propensas a essas ilusões escutam
comentários ácidos sobre os seus defeitos onde quer que vão, e até mesmo
afirmações benignas podem ser interpretadas como farpas sobre as suas
imperfeições.
O perfeccionismo prescrito socialmente pode assemelhar-se ao perfeccionismo
orientado para si, mas, neste caso, a necessidade de ser perfeito vem das
pressões do mundo exterior, gerando inseguranças que fazem com que o indivíduo
se sinta sob vigilância constante, perguntando-se se as pessoas acharão que ele
se está a destacar o suficiente. Porém, a intensidade da cultura corporativa
está a deixá-lo cada vez com mais medo de expor as suas fraquezas internas.
Outro lugar em que se vê muito esse medo é no mundo do espectáculo, pois,
afinal, as celebridades estão permanentemente sob o microscópio, sujeitas às
pressões inescapáveis que se originam dos ideais implacáveis de desempenho e
aparência, e é por isso que muitas das figuras públicas são perfeccionistas
confessos.
O PERFECCIONISMO ORIENTADO PARA OS OUTROS volta-se para fora, envolvendo a
convicção de que os outros devem ser perfeitos. A última face do perfeccionismo
que Paul e Gord identificaram é o perfeccionismo orientado para os outros, sendo
esse voltado para outras pessoas, como amigos, familiares ou colegas de
trabalho, embora se deva destacar que, enquanto “outros” normalmente se refira
às pessoas próximas, não é necessariamente assim, uma vez que os alvos da sua
ira podem muito bem ser as pessoas em geral.
Os perfeccionistas orientados para os outros são fáceis de identificar porque
são aqueles que costumam perder as estribeiras quando tu não atinges os padrões
deles, e existem problemas óbvios nesse tipo de comportamento, sobretudo para os
relacionamentos, pois, se exiges que os outros sejam perfeitos e és crítico em
relação a eles, invariavelmente vai haver um confronto.
Os perfeccionistas orientados para os outros definem padrões impossíveis para os
outros, porque estão a compensar as suas próprias imperfeições imaginadas,
naquilo a que Sigmund Freud chamava “projecção”, uma vez que essas pessoas são
inseguras por natureza e o seu perfeccionismo orientado para os outros é uma
forma inconsciente de desviarem a atenção de si próprios.
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